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Semana de 4 dias: O que você precisa saber

por Marcelo Braga
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As semanas de 4 dias, nas quais o colaborador trabalha por menos horas – geralmente entre 28 a 35 por semana – mas recebe o mesmo salário, tem ganhado cada vez mais terreno nas discussões sobre o futuro do trabalho.  
 
A ideia por trás disso é que o compromisso com o trabalho flexível permite o aumento da produtividade, lucratividade e sustentabilidade ambiental das empresas ao mesmo tempo que contribui com a melhoria de qualidade de vida dos colaboradores. 
 
É um modelo que, no entanto, ainda causa muitas controvérsias. Defensores e detratores contam com argumentos sobre a aposta na implementação da semana de 4 dias no trabalho. 

A proposta deste artigo é mostrar quais são esses argumentos e contribuir para balizar sua decisão!

Testes e prós: bem-estar dos colaboradores

A semana de 4 dias é um conceito relativamente novo, mas que já vem sendo testado em diversas partes do mundo, algo possível por conta das inovações tecnológicas dos últimos anos.  
 
O teste islandês é o que melhor relata os benefícios da semana de 4 dias. Lá, de 2015 a 2019, foi realizado um experimento em que 1% da força ativa do país trabalhou nesse modelo.  
 
E a conclusão desses testes conduzidos pelo governo local foi de que houve aumento na produtividade dos colaboradores, assim como uma queda no número de casos de burnout e de ausências por motivos médicos. Tudo isso se relaciona com o aumento no bem-estar que a jornada reduzida pode oferecer aos talentos. 
 
Assim como também há um ganho na atração e retenção de talentos com a semana de 4 dias, pois torna-se um apelo a mais para uma geração de colaboradores cada vez mais preocupada em balancear vida pessoal e profissional e que valoriza jornadas flexíveis. 

Contras: o remédio errado 

No entanto, concluir que a redução de horas trabalhadas é sinônimo de aumento da produtividade pode ser enganoso. De acordo com pesquisa da Gallup feita nos EUA, embora a maioria dos trabalhadores com mais bem-estar estejam em jornada reduzida, o engajamento com o trabalho nesses casos também foi menor que a comparação com jornadas tradicionais. 
 
Isso ocorre porque colaboradores que já se sentem desconectados com o trabalho se engajam ainda menos em regimes reduzidos. O que, segundo a Gallup, é um indicador de que o real problema talvez não esteja na quantidade de horas trabalhadas mas sim na qualidade do ambiente de trabalho. 
 
Além disso, a semana de 4 dias também esbarra em outros problemas: falta de métricas de avaliação padronizadas que possa ratificar o ganho em produtividade visto nos testes empíricos, a impossibilidade de aplicação do modelo em diversos setores, possível aumento da necessidade de horas extras – o que causa aumento nos custos para a empresa capaz de inviabilizar qualquer tentativa. 
 
Valorizar o bem-estar da sua equipe é um ponto bastante válido e certamente seu negócio deve prestar atenção nisso. Se esse é o objetivo, talvez a semana de 4 dias por si só não seja a solução ideal. Mas diante de um cenário onde os colaboradores sentem-se cada vez mais esgotados mentalmente pelo trabalho, talvez a semana de 4 dias torne-se mesmo o futuro do trabalho. 

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