O trabalho remoto pós-pandemia já é uma realidade que veio para ficar.
Mesmo com a retomada das atividades presenciais, muitas empresas e profissionais optaram por dar continuidade ao teletrabalho.
Afinal, este formato traz diversas vantagens, tanto para a organização como para o colaborador.
Nesse contexto, houve a necessidade de uma regulamentação mais específica sobre o tema.
Assim, foi publicada a Medida Provisória 1.108/2022, trazendo novas regras para essa modalidade de trabalho que ainda é um desafio.
De que forma o RH das empresas vai conduzir esse assunto daqui em diante?
Como será o comportamento do colaborador?
Para saber quais as mudanças e tendências do trabalho remoto pós-pandemia, acompanhe nosso conteúdo!
Como será o trabalho remoto pós-pandemia?
Para adaptar a legislação às necessidades do trabalho em home office, a MP 1.108/2022, estabeleceu algumas regras relacionadas ao modelo de trabalho, como:
Regime híbrido
Uma das mudanças do trabalho remoto pós-pandemia é a alteração na definição de teletrabalho.
Agora, a presença do trabalhador no local de trabalho para realizar tarefas específicas não descaracteriza o trabalho remoto, caso esse tenha sido o regime adotado em contrato.
O teletrabalho já era previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde 2017.
Porém, não era permitido associar os dois regimes de trabalho: remoto e presencial.
Além disso, o home office agora também pode ser adotado por estagiários e aprendizes, desde que esse modelo conste em contrato.
A MP ainda estabelece que as empresas devem dar prioridade para conceder o trabalho remoto para empregados que tenham alguma deficiência, bem como filhos ou crianças sob guarda judicial de até quatro anos de idade.
Contratação por produção no trabalho remoto pós-pandemia
Outra novidade do trabalho remoto pós-pandemia é a possibilidade de o trabalhador ser contratado por produção.
Nesse caso, não há controle sobre o tempo da jornada de trabalho, pois, a duração não é fixa.
Ou seja, o trabalhador pode realizar as tarefas a hora que desejar.
Dessa forma, o controle do serviço é feito pela entrega dessas demandas.
Auxílio-alimentação
O texto da MP também passa a exigir que os recursos destinados ao vale-alimentação sejam utilizados exclusivamente para o pagamento de refeições em restaurantes ou para a compra de alimentos em estabelecimentos comerciais.
Em outras palavras, quem recebe o benefício não poderá utilizá-lo para nenhum outro fim.
Além disso, a MP também proíbe a aplicação de descontos na contratação de empresas fornecedoras do auxílio-alimentação.
Isso porque a cobrança de taxas negativas ou descontos fazia com que as fornecedoras do auxílio cobrassem taxas elevadas dos estabelecimentos credenciados – que repassava parte do valor ao trabalhador.
Vale ressaltar que as empresas que descumprirem as normas terão que pagar multas que variam de R$ 5.000 a R$ 50 mil.
Outras medidas da MP para o trabalho remoto pós-pandemia
A MP também estabelece que:
- Os empregados em trabalho remoto devem seguir as disposições legais referentes à base territorial do estabelecimento de lotação previsto em contrato, mesmo que ele se mude para outro estado;
- Apesar de não morar no Brasil, o empregado deverá seguir o que diz a legislação brasileira sobre o tema.
- Em caso de retorno ao trabalho presencial, o empregador não é responsável por arcar com as despesas caso o empregado opte por realizar o teletrabalho fora da localidade prevista no contrato – a menos que haja um acordo determinando essa ajuda.
Quais os benefícios do trabalho remoto?
Inegavelmente, o trabalho remoto vem sendo cada vez mais adotado pelas empresas.
Mas quais são as vantagens de implementar o home office?
Bem, esse formato de trabalho traz diversos benefícios para as organizações.
Entre os principais podemos mencionar:
Diversidade de talentos
Geralmente, devido à limitação geográfica, o departamento de Recursos Humanos não tem acesso a todos os tipos de talentos.
Mas o trabalho remoto permite que você conheça profissionais de vários lugares diferentes, aumentando as chances de encontrar o perfil que você está buscando.
Economia de gastos operacionais
Em geral, os custos associados à manutenção das operações em um escritório representam boa parte das despesas recorrentes na empresa.
Por outro lado, o trabalho remoto pós-pandemia gera uma economia considerável, pois, uma vez que não é mais necessário investir em espaço físico e infraestrutura para as equipes.
Times mais produtivos
O trabalho remoto pós-pandemia ainda contribui para aumentar a produtividade dos colaboradores.
Afinal, deixando de perder tanto tempo no trânsito, eles terão mais qualidade de vida, o que reflete no seu desempenho profissional.
As tendências para o futuro do trabalho remoto pós-pandemia
De antemão, o futuro do trabalho remoto vai depender da maneira como as empresas irão atuar após a pandemia.
De todo modo, podemos mencionar algumas projeções para o trabalho em home office como, por exemplo:
Flexibilização por parte das empresas e dos funcionários
Conforme vimos, a pandemia obrigou a lei trabalhista, as empresas e os colaboradores a serem mais flexíveis para manterem a saúde e segurança no ambiente de trabalho.
Nesse sentido, as empresas deverão continuar flexíveis no futuro – o que trará ganhos para ambos os lados.
Afinal, essa flexibilidade implica na liberdade do profissional em escolher junto à empresa, quando, onde e de que forma irá trabalhar para entregar os resultados esperados.
Preocupação com a saúde do colaborador no trabalho remoto pós-pandemia
A pandemia trouxe uma importante lição para o mundo profissional: priorizar a saúde e o bem-estar dos funcionários tem impacto direto na imagem da empresa.
Portanto, a tendência para os próximos anos é que a relação entre o colaborador e a organização receba mais atenção.
Desenvolvimento profissional contínuo
O trabalho remoto pós-pandemia também levanta a necessidade de aprendizado e desenvolvimento profissional constante.
Afinal, a capacidade de se adaptar nunca foi tão importante como durante a pandemia.
Nesse aspecto, algumas soft skills terão um papel fundamental no futuro: colaboração, ética, empatia, liderança e resiliência.
Essas competências serão indispensáveis para os profissionais que querem ter destaque em um mercado competitivo.
Já para as empresas, a tendência é que elas invistam na capacitação dos profissionais para desenvolver competências emocionais e de relacionamento interpessoal e também para eles poderem lidar com os desafios de gestão.
Os desafios do trabalho remoto pós-pandemia
Bem, o trabalho remoto pós-pandeia também apresenta desafios.
Entre eles estão a segurança da informação, ruídos na comunicação, gestão do tempo e outros.
Mas um dos principais desafios, tanto para os colaboradores quanto para as empresas é encontrar o equilíbrio entre as vantagens as desvantagens do home office.
A solução está no modelo híbrido?
Segundo dados divulgados pela Microsoft no começo deste ano, 58% dos profissionais brasileiros pensam em mudar para o trabalho híbrido ou totalmente remoto ao longo de 2022.
Ao que tudo indica, esta modalidade pode ser a saída para resolver os problemas do trabalho remoto.
Contudo, a transição para o híbrido pode ser um tanto quanto complexa para as empresas.
Afinal, elas terão o desafio de criar novas práticas adequadas para este novo regime de trabalho.
Logo, ter atenção a esses pontos é essencial para as empresas se adaptarem com mais facilidade nesta nova etapa.
Embora o trabalho remoto pós-pandemia seja desafiador, com novos padrões e processos, ele também tende a ser mais humano e colaborativo, promovendo assim, ganhos tanto para a empresa quanto para os colaboradores.
Quais as expectativas da sua empresa em relação ao trabalho remoto após a pandemia?