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Diferença entre Estratégia e Ferramenta de Recrutamento e Seleção

por Marcelo Braga
Diferença entre Estratégia e Ferramenta de Recrutamento e Seleção

No universo do recrutamento e seleção, muitas vezes, estratégia e ferramenta são confundidas. Em algumas empresas, há uma ideia de que, ao adquirir uma ferramenta digital ou uma nova tecnologia, automaticamente estão implementando uma estratégia de RH eficiente. No entanto, estratégia e ferramenta são conceitos distintos, cada um com seu papel e importância no processo de recrutamento.

Este artigo explora a diferença fundamental entre ambos e mostra como entender essa distinção é crucial para atingir resultados mais consistentes e robustos na seleção de talentos.

Estratégia e Ferramenta: Conceitos Fundamentais

O que é uma Estratégia de Recrutamento e Seleção?

A estratégia de recrutamento e seleção é o plano de ação abrangente que define como uma organização atrai, avalia e contrata talentos. Esse plano leva em consideração os objetivos de longo prazo da empresa, sua cultura e o tipo de perfil ideal para cada posição.

A estratégia de RH responde a perguntas como:

  • Quais perfis precisamos contratar para apoiar o crescimento da empresa?
  • Como promover a diversidade no processo seletivo?
  • De que forma devemos abordar os candidatos para reforçar nossa marca empregadora?

Em resumo, a estratégia é o “porquê” e o “como” do recrutamento, e envolve análise de mercado, definição de perfis de candidatos, métodos de engajamento e avaliações, além de práticas para retenção de talentos.

O que é uma Ferramenta de Recrutamento e Seleção?

A ferramenta de recrutamento e seleção, por outro lado, é o recurso que auxilia na execução da estratégia definida. Ela é o “meio” utilizado para alcançar os objetivos estratégicos. Exemplos incluem sistemas de rastreamento de candidatos (ATS), plataformas de entrevistas em vídeo, softwares de triagem automatizada e sistemas de comunicação com candidatos.

As ferramentas são projetadas para tornar o processo de recrutamento mais ágil, organizado e eficiente, ajudando a operacionalizar a estratégia e a executar tarefas específicas como:

  • Triagem de currículos em larga escala;
  • Comunicação direta com os candidatos;
  • Acompanhamento do progresso em tempo real dos processos seletivos.

Exemplificando: A Estratégia como o “Mapa” e a Ferramenta como o “Veículo”

Imagine que a sua empresa está em uma jornada para construir um time de alto desempenho e, para isso, precisa identificar e contratar os melhores talentos do mercado. Neste cenário, a estratégia é o “mapa” que define o caminho a ser seguido. Ela considera o destino final (objetivo), os pontos de parada (etapas do processo seletivo) e as regras de viagem (valores e cultura da empresa).

Já a ferramenta é o “veículo” que você utiliza para percorrer essa jornada. Pode ser um carro, um avião, ou um trem — ou, no caso do recrutamento, um ATS, uma plataforma de comunicação ou uma solução de triagem. A ferramenta facilita o percurso, mas não define a direção ou o destino final.

Por Que é Importante Distinguir Estratégia de Ferramenta?

  1. Alinhamento com os Objetivos de NegócioSem uma estratégia clara, até mesmo a melhor ferramenta pode se tornar ineficaz. Investir em uma plataforma sem saber o que quer alcançar é como comprar um carro sem saber a rota ou o destino. Ao definir primeiro a estratégia, você garante que os recursos empregados estão diretamente alinhados aos objetivos do negócio e que as ferramentas escolhidas realmente suportam as metas da equipe de recrutamento.
  2. Eficiência e FlexibilidadeUma boa estratégia permite que o RH adapte e otimize seus processos conforme surgem novos desafios. Por exemplo, se o objetivo estratégico inclui melhorar a diversidade e inclusão, é possível selecionar ferramentas que facilitam a análise cega de currículos e a comunicação inclusiva com candidatos. Em contrapartida, uma empresa que se apoia apenas na ferramenta sem uma estratégia flexível corre o risco de não atender demandas específicas do mercado ou da organização.
  3. Impacto na Marca EmpregadoraA experiência do candidato é altamente influenciada pela estratégia de recrutamento. Quando a empresa tem uma abordagem clara e comunicativa para atrair e avaliar talentos, ela passa uma imagem de marca sólida e confiável, independente da ferramenta usada. Assim, um processo seletivo que valoriza cada etapa, desde a triagem até o onboarding, reflete um planejamento estratégico bem pensado e impacta positivamente a imagem da empresa no mercado.

Estrutura de Uma Estratégia de Recrutamento

Para criar uma estratégia de recrutamento eficaz, alguns pontos essenciais devem ser considerados:

  • Definição do Perfil Ideal: O que o candidato ideal deve trazer para a empresa? Quais habilidades e experiências são indispensáveis?
  • Escolha dos Canais de Divulgação: Identificar onde o público-alvo costuma buscar oportunidades (LinkedIn, portais específicos de carreira, entre outros).
  • Técnicas de Avaliação: Determinar as melhores práticas para avaliar competências técnicas e comportamentais (testes, entrevistas, dinâmicas de grupo).
  • Planejamento de Onboarding: Integrar o novo colaborador de maneira eficiente, garantindo que a experiência de contratação se estenda até os primeiros meses de adaptação.

Ferramentas de Recrutamento: Suporte para a Execução da Estratégia

Uma vez que a estratégia está definida, é hora de selecionar as ferramentas que apoiarão essa execução. As ferramentas devem ser escolhidas com base em como se encaixam na estratégia. Aqui estão algumas opções:

  • ATS (Applicant Tracking System): Automatiza a triagem e o acompanhamento de candidatos. Excelente para empresas que recebem um grande volume de currículos.
  • Plataformas de Testes Online: Facilita a avaliação de habilidades técnicas, além de permitir que os testes sejam realizados remotamente.
  • Soluções de Entrevista por Vídeo: Otimizam o tempo de recrutamento, eliminando a necessidade de entrevistas presenciais para candidatos em fase inicial.
  • Sistemas de Comunicação Automatizada: Ajudam a manter os candidatos informados em cada etapa do processo, melhorando a experiência e o engajamento.

Exemplos Práticos de Como Estratégia e Ferramenta Se Complementam

  1. Objetivo: Atrair Jovens Talentos para uma Cultura de Inovação
    • Estratégia: Investir em uma marca empregadora que valorize inovação, criando campanhas de recrutamento voltadas para redes sociais populares entre jovens talentos.
    • Ferramenta: Plataformas de mídia social e campanhas segmentadas para divulgar oportunidades e atrair um público específico.
  2. Objetivo: Reduzir o Turnover na Equipe de Vendas
    • Estratégia: Realizar avaliações comportamentais para encontrar candidatos com perfis mais aderentes aos desafios e ritmo da área comercial.
    • Ferramenta: Soluções de testes comportamentais e um ATS para organizar os dados dos candidatos, facilitando comparações e tomada de decisão.

Conclusão: Estratégia e Ferramenta — Um Jogo de Equilíbrio

As melhores estratégias de recrutamento e seleção são aquelas que se apoiam em ferramentas bem escolhidas para facilitar a execução, mas que não dependem exclusivamente delas. Ter clareza sobre os objetivos e o perfil ideal para cada vaga permite que o RH faça um uso mais consciente e produtivo das ferramentas disponíveis.

Estratégia e ferramenta devem trabalhar lado a lado: enquanto a estratégia define o caminho, a ferramenta permite que ele seja percorrido de forma eficiente. Entender essa diferença é essencial para fazer escolhas que realmente impulsionem os resultados do recrutamento.

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