Desde a última década, o futuro do trabalho vem se aproximando cada vez mais do presente. Os avanços digitais possibilitaram que os colaboradores trabalhassem de qualquer lugar, reduzindo assim a necessidade do trabalho presencial. Isso está obrigando as empresas a repensarem sua estratégia para o futuro.
A ideia convencional do que constitui o trabalho continuará mudando e, com a entrada definitiva da geração Z no mercado, é crucial que o trabalho se transforme e atenda às exigências das novas gerações. Testemunharemos (em um processo que já parece ter iniciado) uma série de mudanças no mundo corporativo para que as empresas se adequem ao estilo de trabalho desses novos talentos, sua consciência social e equilíbrio entre vida profissional e trabalho. Esses talentos irão trabalhar em empresas que lhes fornecem soluções inteligentes, conhecem suas preferências e atendem seus desejos.
Assim, a tecnologia terá um papel fundamental em como o futuro do trabalho irá se desenhar nas próximas décadas. Ela estará mais focada em proporcionar experiências e aumentar o engajamento da equipe. Nesse artigo, iremos indicar algumas tendências que poderão moldar o futuro do trabalho no longo prazo.
Quatro possíveis cenários para o futuro do trabalho
Antes de falarmos sobre elas, é importante tentar imaginar como o futuro será. A consultoria PwC, uma das maiores empresas do mundo, enxerga quatro distintos cenários para o futuro do trabalho, todos com nomes de cores diferentes. Vamos dar uma olhada:
O Mundo Vermelho: Aqui, a tecnologia permitirá que pequenas empresas entrem nos vastos reservatórios de informação, habilidades e financiamento. O RH não existirá mais como uma função separada e os empreendedores contarão com serviços terceirizados para processos de pessoas. Nesse cenário, haveria uma competição feroz por talentos, e aqueles com skillset preparado para lidar com as tecnologias terão as maiores recompensas.
O Mundo Azul: Aqui, as corporações globais se tornarão maiores, poderosas e mais influentes do que nunca. As empresas veem seu tamanho e influência como a melhor maneira de proteger suas margens de lucro. Os melhores talentos serão ferozmente disputados entre elas.
O Mundo Verde: Como reação à forte opinião pública, aos escassos recursos naturais e às rígidas regulamentações internacionais, as empresas adotarão uma forte agenda ética e ecológica.
O Mundo Amarelo: Aqui, trabalhadores e empresas buscarão maior significado para suas ações. Os trabalhadores irão desejar mais autonomia, flexibilidade e cumprimento enquanto trabalham para organizações com fortes padrões éticos e sociais. O conceito de salário justo vai predominar no futuro do trabalho.
Tendências para o futuro do trabalho
Listamos abaixo algumas tendências que marcarão o futuro do trabalho nos próximos anos – muitas delas, já presentes neste exato momento:
Trabalho híbrido e flexibilidade
A flexibilidade tornou-se cada vez mais importante para empregadores e colaboradores nos últimos anos. A importância desse conceito ficou mais clara a partir de 2020, quando a pandemia forçou uma adoção massiva do modelo remoto de trabalho. As empresas que contavam com modelos flexíveis foram as mais bem posicionadas nesse novo ambiente.
O trabalho não está mais vinculado a um escritório. Será imprescindível garantir que os colaboradores tenham flexibilidade para realizar suas funções de qualquer lugar e estejam equipados com as ferramentas tecnológicas para isso.
Pessoas não terão estilos de trabalho semelhantes; assim, as organizações precisarão encontrar maneiras de acomodar essa diversidade e investir em ambientes compartilhados. Assim, locais de trabalho híbridos autênticos surgirão e todos poderão fazer o seu melhor trabalho de onde bem desejarem.
Lifelong learning e soft skills
Em meio à digitalização de todas as indústrias e à rápida evolução das tecnologias e expectativas de consumo, para estar apto para o futuro você precisa de habilidades digitais especializadas e conhecimento técnico em sua força de trabalho.
A maioria das empresas, portanto, tem algo a ganhar ao incentivar o conceito de lifelong learning entre seus colaboradores. Além de impulsionar o negócio através do desenvolvimento de conhecimentos valiosos, a abordagem fortalecerá sua marca empregadora e aumentará a satisfação do trabalho das pessoas, já que você estará mostrando um compromisso com o desenvolvimento da sua equipe.
Hard skills em áreas como nuvem, IA, análise de dados e desenvolvimento de software são e serão essenciais para muitas empresas modernas, mas as soft skills serão igualmente valiosas – se não ainda mais importantes – para o futuro do trabalho.
Habilidades técnicas como as listadas acima podem ser ensinadas a pessoas que tenham fome e vontade de aprender, mas soft skills como criatividade, colaboração, inteligência emocional e empatia tendem a ser natas e são muito mais difíceis de serem aprendidas.
A marca empregadora
A marca empregadora deve ser prioridade em seus esforços relacionados ao futuro das organizações.
Especialmente em um momento no qual a escassez de habilidades representa uma ameaça real para várias indústrias, é vital que sua empresa tenha capacidade de atrair talentos para ter sucesso no futuro. Portanto, você deve estar constantemente revisando e revisitando seus pilares de marca empregadora para manter a atratividade da sua empresa em alta.
Bem-estar dos colaboradores
Os colaboradores têm se sentido cada vez mais estressados pelo ambiente de trabalho. Isso deu origem a questões sérias sobre a saúde mental da equipe, como as síndromes de burnout ou em casos mais extremos, como na China e Coréia, suicídios relacionados ao trabalho. Como resultado, alguns empregadores têm trazido para si a responsabilidade pelo bem-estar e tornando-o uma prioridade. Um estudo do Global Wellness Institute afirma que 65% das empresas estão aumentando os gastos com bem-estar em saúde mental para seus funcionários.
Nos próximos anos, veremos o bem-estar físico e mental dos colaboradores como uma das principais tendências para o futuro do trabalho. Os empregadores têm sido demandados a fornecer programas onde o foco é melhorar a saúde física e mental dos funcionários e ao mesmo tempo aumentar o engajamento.